Jorge Bispo, treinador da equipa feminina de futebol, conta como iniciou o projeto e quais as perspetivas para a equipa.
P: Como é que iniciou a sua caminhada no futebol?
Na altura, morava com os meus pais na Suíça e houve uma divulgação do futebol na escola. Fiquei com interesse e fui experimentar. Entretanto, fiz a minha formação no estrangeiro e quando regressámos a Portugal, devido a toda a logística tive que fazer uma paragem. Estive parado cerca de um ano e meio e depois regressei ao futebol de formação num clube local. Na época seguinte, ingressei no futebol sénior, onde estive durante três anos. Depois, devido à minha atividade profissional, tive que abandonar o futebol.
P: Como é que foi a transição de jogador para treinador?
Apesar de ter deixado de jogar relativamente cedo, sempre tive um gosto imenso por tudo que está ligado e envolve o futebol e continuei esta ligação do lado de fora das quatro linhas, apenas como adepto. Entretanto, o meu filho quis iniciar a sua formação neste desporto e eu comecei a acompanhar os seus treinos e jogos. Aí a chama voltou a acender e como já não me sentia em condições físicas para jogar, por uma questão de curiosidade e autoformação, decidi frequentar o curso de treinador de futebol.
P: É difícil conciliar a sua vida profissional com o futebol?
Tenho um horário que me permite estar presente e orientar os treinos e também os jogos aos fins-de-semana, pois nunca teria assumido um projeto pioneiro na região algarvia, sabendo que não lhe poderia dar continuidade.
P: Porquê a aposta no futebol sénior uma vez que o futebol feminino iniciou com a formação?
A ideia do futebol feminino veio do nosso presidente António Colaço, há cerca de três anos e meio. Ele convidou-me para assumir o projeto e então iniciámos com o futebol de formação Sub-19, porque era uma grande lacuna que existia aqui na nossa região, pois as miúdas não conseguiam dar continuidade à sua formação em equipas mistas. Apostámos inicialmente no escalão Sub-19 mas, logo desde o início, já estava planeada a constituição de uma equipa sénior. A pandemia veio atrasar o projeto, mas com a vontade das atletas e da equipa técnica e também para não perdermos atletas que já não podiam jogar no escalão de formação, propusemos ao nosso presidente iniciar já esta época com o futebol sénior.
P: Neste novo projeto, a equipa mantém-se no Campeonato Nacional, mas vão participar na Taça de Portugal. O que espera disso?
Desde que iniciamos este projeto do futebol feminino, sempre tivemos uma ambição enorme e uma vontade muito grande que o mesmo fosse um sucesso, sabendo sempre que o clube nos daria as condições para tal e este ano, com o futebol sénior, não vai ser diferente. Quanto à Taça de Portugal, ficamos isentos da 1ª eliminatória. Pelo formato da prova, sabemos que na 2ª eliminatória já irão estar presentes equipas da Liga BPI, o que vai tornar as coisas mais difíceis para nós. Mas vamos aproveitar ao máximo esta experiência e com a ambição que todos nós temos, vamos tentar ir o mais longe possível. Enquanto nos deixarem, vamos sonhar…



